Notas:
A roteirista (Marta Nehring) Pela consideração de escrever o roteiro, comprimiu ao mínimo a descrição do cenário natural, ou não escreveu nada.
No entanto, espero que os leitores do roteiro não esqueçam que o cenário dessa história é na região do Pantanal. Onde há vistas incrivelmente amplas e belas da natureza. Isso será totalmente apreciado depois que o filme for feito.
Além disso, este roteiro foi adaptado da experiência de Yanjun Zhang filmando um documentário no Brasil. Nos personagens, os caracteres são omitidos e alterados, e os dois para o Pantanal são fundidos em um. Além disso, há muitos lugares que são inconsistentes com os fatos históricos.
Em segundo lugar, o principal objetivo de gravação de vídeo de Yanjun Zhang – fotografar retratos e registrar a cultura dos lugares que ele visitou é muito trivial, então o argumento o omitiu. Esses, será devidamente expresso no roteiro.
Personagens principais
1- O fotógrafo
Hengqi Zhang, 60
Nasceu em uma cidade das Planícies Centrais (Shijiazhuang, Hebei), em uma família intelectual, seu pai era um “economista”. É o primogênito, tem mãe viva e dois irmãos (irmão taxista, irmã professora do ensino médio) e muitos primos. Seu pai morreu de um ataque cardíaco súbito quando ele tinha 22 anos, e ele não pôde ver seu pai pela última vez devido à guerra da linha de frente (Guerra China-Vietnã). Essa é uma mágoa que ele carrega.
Hengqi é casado com desenhista e tem 1 filha que cursa
biologia em Tóquio, Japão.
Caráter forte e determinado, disciplinado e metódico, fala pouco e tem boa escuta. É uma pessoa que procura sempre ser justa. Tem uma forte ligação com a natureza e com os animais. Seu comportamento é como o do Capitão do filme Dersu Uzalá. Tem um caderno de viagem no qual escreve um diário que vai se tornar o texto da exposição fotográfica na China. É um sábio.
Tem boa forma física apesar da idade, todos os dias pela manhã faz exercícios para se manter flexível e forte. Tem um problema na coluna que vai piorar durante a marcha a cavalo. Demora para se acostumar a dormir em rede.
Graduado pela Academia de Voo da Força Aérea, foi fotojornalista militar. Na época da Travessia, é editor do departamento de fotografia pictórica (criador de primeiro nível).
Especializado em fotografia de retratos de homens de meia-idade e idosos, Hengqi é um dos representantes chineses da fotografia de retratos de personagens. Depois de chegar ao Brasil, concentrou-se na fotografia de retratos em estilo documental.
Missão externa: Hengqi é um “mensageiro cultural” enviado ao Brasil para fomentar o intercâmbio cultural com a China, para isso deve registrar as condições de vida dos pantaneiros tradicionais que vivem da lida com o gado.
Missão interna: Hengqi precisa “limpar a face” por que na década de 1990, havia uma “nova onda de fotografia” na China, eles eram “críticos” compostos por um grupo de “freelancers”. Hengqi é um dos representantes chineses da fotografia de retratos e alvo dos ataques que o qualificaram como “fotógrafo da corte”, acusando-o de fazer políticos e não artísticos.
2- O pantaneiro
Alexandre Curvelo, 35
Nasceu numa fazenda, filho de boiadeiros, mãe e pai descentes de nativos da terra, negros e europeus.
Extrovertido, alegre, gentil. Alexandre está solteiro e gosta de ir ao baile para dançar. É meio namorador e se mete em algumas dificuldades quando as meninas no baile preferem dançar com ele aos rapazes locais.
É o brasileiro “típico”, de tez parda e cabelos escuros. Representa o Pantanal “de raiz”, nasceu e ama a cultura pantaneira.
Cursou até o ensino médio, tem um conhecimento que não aparece à primeira vista (ou seja, não é uma pessoa ignorante). Alexandre tem orgulho do que faz: ser boiadeiro é uma escolha (preferiu não imigrar para a cidade como muitos de seus amigos de infância). Conhece profundamente a região, sabedoria herdada de seus antepassados. Conhece também lendas e outras histórias do Pantanal.
Alexandre tem uma família muito numerosa: pai, mãe, irmãos e primos espalhados por todos os cantos. Onde quer que vá, ao longo da viagem, sempre encontra algum “parente”. Carrega a dor de ter perdido um irmão que se afogou diante dos seus olhos, atropelado por uma lancha de turistas quando nadavam juntos. Foi um acidente, porém Alexandre carrega a culpa de ter sobrevivido.
Missão externa: levar a boiada entre duas fazendas.
Missão interna: Proteger o Pantanal frente à ameaça da devastação e incêndios criminosos.
Argumento A TRAVESSIA
Ato 1: (verão)
Hengqi, 60, é fotógrafo. Tem um cargo oficial de prestígio, tendo deixado o exército devido a um acidente, ele queria voltar a ser fotógrafo, mas não era mais considerado um artista – era considerado um “oficial ultrapassado” (seja: teimoso, conservador e abandonado). Foram alguns episódios de escárnio público e Hengqi, que já tinha um temperamento reservado, se retraiu de vez. É um bom pai e marido, gosta da mulher e do filho, tem uma vida confortável, porém não está satisfeito consigo mesmo. Por fora aparenta força, poder, felicidade. Por dentro, sente-se fraco, inseguro e infeliz.
Hengqi já se acomodou nessa situação quando recebe a missão de fomentar o intercâmbio cultural com o Brasil. Ele deve aproveitar esta oportunidade, No Brasil, do qual os chineses nada sabem, foi tirada fotos chocante, E a combinação de fotografia e documentário (essa forma era a primeira vez na China na época), Talento para realizar uma exposição inigualável na China, e Salve cara.
Ele aceita o desafio de se deslocar até um país desconhecido, do qual nada conhece, e se prepara para a viagem: agencia a compra de um 4×4 bem equipado, material de acampamento, um bote inflável e demais traquitanas de que vai precisar para registrar as imagens e envia-las para a China. Leva também HDs. E, principalmente, um computador-tradutor IBM para conseguir se comunicar com os locais e realizar as entrevistas. Contrata um acompanhante, também chinês, tradutor oficial residente no Brasil. O que Hengqi vai descobrir, é que o tradutor entende muito de São Paulo, onde mora, mas nada do interior e muito menos do Pantanal.
A viagem começa no verão, entre dezembro e janeiro. Hengqi e o tradutor trocam suas impressões sobre os brasileiros. O tradutor aconselha-o a ter cuidado, os códigos são muito diferentes e no Brasil as pessoas são temperamentais.
Eles entram no Mato Grosso pelas estradas de asfalto. A paisagem está dominada pela cultura de soja. Visitam locais lindos, como a região de Bonito, porém são pontos turísticos que não o interessam. Passam por garimpos ilegais onde só há destruição. A paisagem não é aquela que esperava: a cultura cowboy americanizada, rodeios, o asfalto, os gigantescos maquinários agrícolas, as minas.
Em busca do pantanal nativo e das pessoas que vivem em contato com a natureza originária, Hengqi decide adentrar pelas estradas de terra. Agora sim chega no Pantanal que estava procurando. Começa a trabalhar, fazendo retratos e entrevistas nas vilas onde passa. Presencia uma linda festa do divino, seguida de um forró. No arraial encontra Alexandre,35, boiadeiro (seu futuro companheiro de viagem), que está visitando a ex-esposa e seu filho. Alexandre se mete numa encrenca depois da bebedeira. Hengqi fica mal impressionado.
É época das chuvas e naquele ano a água encheu rápido demais. Hengqi decide voltar para Cuiabá e tentar regiões mais secas. Porém o carro fica ilhado numa cheia inesperada.
Alexandre, que fora contratado para levar uma boiada dos alagados para as terras altas, no trajeto cruza Hengqi e o tradutor, que passaram a noite no carro.
Alexandre e outros peões tentam desatolar o carro, porém não há meios de tirar o carro da região antes da vazante que só acontecerá dali uns meses.
Alexandre ajuda Hengqi sem cobrar nada e ainda lhe faz um convite: ir com ele numa travessia a cavalo, acompanhando uma boiada: é o único jeito de conhecer de fato a vida tradicional dos pantaneiros.
Hengqi precisa escolher: espera ou confia em Alexandre? E será que ele vai ter saúde para dar conta de 3 semanas a cavalo?
Hengqi deixa o tradutor cuidando do carro e vai com equipamento mínimo. Só não abre mão da máquina de tradução, do carregador a bateria solar e, claro, do bote inflável. Como pesam muito, contrata algumas mulas extra para a travessia. O bote é essencial nos momentos em que cruzam os trechos mais fundos.
Ato 2 – (verão)
Eles cruzam lugares lindos, veem muitos bichos. O pantanal está coberto de água. A boiada precisa atravessar muitas lagoas até chegar no seco. Hengqi acompanha a lida dos peões e aprende com eles estratégias da vida local, como bichos, plantas medicinais como a sucupira, que ajudam a melhorar as dores sentidas por Hengqi por conta do cavalo e alguns cuidados elementares com carrapatos e mosquitos. Hengqi conhece as tradicionais “garrafeiras” da medicina popular.
Hengqi conta o significado da tartaruga no Feng Shui, fazendo Alexandre desistir do jantar (ele ia cozinha-la).
Hengqi apreende que as piranhas não são perigosas na época da cheia porque têm alimentação abundante e diverte-se nadando no rio junto com as crianças.
Se estabelece uma boa camaradagem entre Hengqi, Alexandre e os outros peões. Contam histórias e lendas que Hengqi registra, assim como conta para os brasileiros lendas camponesas da China. Eles veêm semelhanças entre as tradições populares dos dois países.
Alexandre se prontifica a ajuda-lo nas entrevistas. De tanto acompanhar as conversas, já sabe o que precisa perguntar. Hengqi não confia que pode dar certo. Ele é o autor, como delegar? Mesmo assim Henqi ensina Alexandre o uso básico da câmera filmadora.
A lida com o equipamento de tradução é complexa, mas Hengqi consegue fazer as suas entrevistas. Ele salva tudo no HD, mas precisa esperar a chegada numa fazenda com sinal de internet para enviar o material.
Uma linda e mágica noite de estrelas e vaga-lumes precede a chegada deles na fazenda.
Quando finalmente chegam, Hengqi não consegue fazer o upload. Decide enviar alguns HDS por um mensageiro, que terá de entrega-los ao tradutor.
Contudo, há rumores de ladrões de gado na região. Hengqi preocupado com os HDs.
Ato 3 – (outono)
Hengqi consegue falar com a esposa e o filho na China . esposa o lembrou de ter cuidado redobrado ao lidar com indígenas.
Ajudado por Alexandre, eles fazem excursões pelas fazendas próximas. E descobrem, escondidas num capão, cabeças cortadas de bois. Alexandre deduz que foram deixadas lá pelos ladrões, que esquartejaram o gado para vender clandestinamente a carne.
Alexandre leva Hengqi para conhecer uma fazenda de jacarés. Hengqi prova um jacaré assado na brasa e descobre que o gosto é uma mistura de galinha e peixe.
Visitam ninhal gigantesco. É outono e as aves negras estão nidificando. Hengqi decide ficar até a primavera para presenciar a nidificação das espécies brancas. Até lá terá muito tempo para percorrer a região e conhecer a fundo a sua gente. Ele tem certeza que a exposição na China será um sucesso.
O tempo se torna instável, a previsão é de uma grande tempestade. Não é algo normal para esta época do ano, porém faz parte das mudanças climáticas.
Eles conseguem chegar na fazenda. A tempestade se caracteriza pelas descargas de raios. Hengqi nunca imaginou que pudesse ver um espetáculo semelhante. O céu é recortado por descargas elétricas, a terra treme, parece o apocalipse. Extasiado, ele fotografa.
Vários raios caem ao redor da na casa, danificando os equipamentos eletrônicos, inclusive a máquina de tradução. Hengqi furioso consigo mesmo. A tradução ficou precária, a máquina falha. Alexandre e os peões riem das traduções equivocadas. Hengqi fica um pouco ofendido, porém é obrigado a rir também.
Será que Hengqi precisará voltar a São Paulo sem ter concluído o seu objetivo, que é registrar o Pantanal também na seca? Ele decide persistir, apesar da dificuldade da comunicação, a fim de completar o ciclo da natureza que marca a vida na região.
Para se acalmar, com mais frequência sai para passear sozinho, procurando inspiração na natureza. Ao fotografar o ninhal, vê um pequeno pássaro ser capturado por uma gigantesca sucuri. Hengqi preocupado, vê nisso um mau presságio.
Alexandre é encarregado de levar uma boiada para a fazenda próxima de onde se encontraram (e onde mora sua ex-mulher e o filho) e convida Hengqi para acompanha-lo mais uma vez. A viagem será no auge da seca, bem diferente da ida.
Surgem os primeiros sinais das queimadas trazidos pelo vento.
Ato 4 (inverno)
A travessia pelo Pantanal na seca revela uma paisagem na qual as águas correm por riachos estreitos e os peixes ficam presos em lagoas. Longas trilhas de areia se revelam no verde dos pastos.
Numa tarde, num pouso, Hengqi caminha pelo leito raso de um rio. Alexandre manda-o parar. Hengqi intrigado. Alexandre saca a faca e mira algo no fundo de areia, atira a faca e mostra o ferrão de arraia que acabou de cortar. Por pouco Hengqi não pisou, correndo o risco de um gravíssimo acidente devido ao veneno contido no ferrão.
A máquina de tradução quebra de vez e é abandonada num pasto.
A jornada pelos campos segue. Os dias são particularmente quentes. Não é mais possível se banhar nos rios, as piranhas nessa época tornam-se perigosas pela falta de comida. Numa tarde, ao cruzarem um braço de rio mais fundo, Alexandre sacrifica um boi adoentado para que a boiada possa cruzar sem perigo.
A chegarem num pouso, os fazendeiros recomendam que prestem atenção ao roubo de gado durante a noite. Agora os peões terão que se revezar na vigília. De primeira Hengqi não se sente concernido e vai dormir. Para ele não é fácil estar sem a máquina de tradução. Não sabe se as pessoas estão falando dele, desconfia que estejam mexendo em sua bagagem. Alexandre tem atitudes suspeitas, desaparecendo às vezes, misteriosamente, quando chegam nas vilas.
A falta da tradução, que a princípio atormentara Hengqi, afinal aproxima-o dos peões. Por não conseguir trocar palavras, os olhares e os gestos contam mais.
Uma das paradas fica na vila onde moram a ex-mulher e o filho de Alexandre, que está feliz com a perspectiva de rever o menino.
Não é fácil cavalgar nos dias de sol quente e ar seco. A poeira levantada pela boiada faz tossir. Cansado da viagem e do trabalho, Hengqi esquece uma recomendação que recebeu no início da viagem: procurar por carrapatos, que transmitem uma perigosa doença chamada febre maculosa. Seu corpo todo coça, mas ele acredita que seja resultado do ar seco, da poeira e da falta de banho.
Hengqi presencia um fazendeiro, ao longe, tocando fogo na mata com a ajuda de um trator que carrega uma bola de fogo.
As noites continuam belas, iluminadas pelas estrelas, a fogueira e as cantigas de violão. Hengqi ensina aos peões algumas músicas chinesas. Assim como ele não consegue pronunciar vocábulos com a letra “r”, os brasileiros também erram em várias palavras.
Ao longe, avistam com frequência a fumaça dos incêndios. Uma fina chuva de cinzas cai sobre o comboio. Estão todos preocupados e entristecidos. Hengqi sente-se mal, com um começo de febre, toma um antitérmico e segue.
A fumaça dos incêndios torna-se onipresente.
Quando finalmente chegam no arraial. Hengqi está muito mal. Com pintas pelo corpo e, para surpresa sua, pintas nas palmas das mãos e dos pés, que não eram visíveis pois usava luvas e botas para cavalgar. Quando Alexandre vê as manchas, entra em pânico: eles precisam correr para um hospital antes que a febre do carrapato evolua mortalmente.
Alexandre sai a cavalo até uma fazenda próxima para emprestar um carro e levar Hengqi à cidade.
Nisso o vento vira e as chamas dos incêndios se aproximam rapidamente do arraial. Instaura-se o corre-corre do salve-se quem puder, as pessoas desesperadas tiram as coisas de casa, selam os cavalos, enchem as charretes de pertences, soltam os animais e tocam os bois para longe, torcendo para que consigam fugir da morte.
Hengqi, apesar de adoentado, faz um esforço sobre humano, fica em pé, e vai em busca do filho de Alexandre que está num campo próximo enquanto a mãe do menino junta os pertences da família a fim de partirem dali.
A fumaça está cada vez mais densa, Hengqi, a mãe e o menino saem a pé, junto com os demais moradores.
Hengqi pisou em uma cobra venenosa, e a cobra se virou e mordeu suas botas de couro. Hengqi Parado ali, imóvel. A cobra cedeu e olhou para ele. Hengqi levantou lentamente o pé, a cobra saiu.
Onde estará Alexandre?
Por fim, quando Hengqi está no limite das forças, aparece Alexandre com um pequeno caminhão, o único veículo que conseguira emprestar. Sobem todos e conseguem escapar. Quando chegam na cidade, Hengqi está desacordado, com febre muita alta, e é levado de urgência para o hospital.
Quando finalmente desperta, Alexandre já partiu para cuidar da boiada. É uma experiência e tanto ficar nas mãos de pessoas com as quais mal consegue trocar duas palavras. Hengqi, antes orgulhoso, agora depende da bondade de estranhos. Porém os sorrisos são abertos e o jeito estranho dos brasileiros serem, explosivos e comunicativos, acaba inspirando confiança. Hengqi descansa, está em boas mãos.
Ato 5 (primavera)
De volta à China, Hengqi descobre nos HDs um material inédito, as entrevistas feitas secretamente por Alexandre, ao longo da travessia, depois que a máquina de tradução quebrou. Não apenas entrevistas, mas também filmagens de bichos, lugares e do próprio Hengqi. Estão esclarecidos os misteriosos sumiços de Alexandre e a sensação de que havia alguém mexendo em suas coisas.
Saudoso, Hengqi pega o telefone e liga para o amigo brasileiro. Para sua decepção, o telefone não atende.
Chega o dia do vernissage: colegas fotógrafos críticos de arte estão ali, as pessoas prestaram mais atenção a esta viagem de “exploração cultural” e ficaram chocadas e aplaudidas. Hengqi conseguiu o que queria e ser reconhecido como um mensageiro cultural insubstituível.
Toca o celular, por uma feliz coincidência é um número do Brasil. A alegria logo se transforma em surpresa e tristeza: a ex-mulher de Alexandre avisa que este sofreu um acidente de carro e está hospitalizando, correndo risco de vida.
Aeroporto da capital de Pequim: A senhora na verificação de segurança da fronteira pegou os documentos de desembaraço aduaneiro de Hengqi e perguntou: “Você é brasileiro? Ou chinês?”, “Chinês e brasileiro também”.
No hospital, Hengqi chega. Alexandre está entre a vida e a morte. Após uma longa vigília, os sinais vitais voltam. Alexandre vai sobreviver. O pantanal está em flor: é primavera.